segunda-feira, 28 de maio de 2012

A problemática das meias

Não tem explicação.

De cada vez que se mete uma máquina de roupa interior para lavar, consegue-se sempre que o resultado sejam meias tresmalhadas. Ontem então foi algo de fantástico, pois consegui ter oito pares certos e três meias... sem par!

Mas o que é que se lhes acontece?! Na máquina não ficaram; da janela não caíram; no cesto não estão; na roupa também não...!

Há coisas que me ultrapassam. Um par tresmalhado ainda era aceitável, mas logo três?!

terça-feira, 22 de maio de 2012

É segredo!

Quando era pequeno, lembro-me do entusiasmo que ficava quando alguém me dizia "é segredo". Era algo que apenas eu e poucos mais sabiam, o que por si só era fantástico. Por outro lado, o facto de terem depositado confiança em mim para saber algo que mais ninguém sabe enchia-me o ego, deixava-me feliz. Afinal, era alguém em quem confiavam, era um amigo.

Ao crescer, fui ouvindo cada vez menos "é segredo, não contes a ninguém", mas nem por isso deixaram de haver segredos. Entre outras coisas, o crescer traz o discernimento necessário para sabermos distinguir o que é um segredo daquilo que não é. É um componente directamente associado à maturidade.

É óbvio que se desabafo algo menos bom sobre seja o que for com alguém, não estou à espera de saber por portas e travessas que foi transmitido a outros. Se quisesse que outros soubessem, sou grande e vacinado o suficiente para o dizer por mim.

E isso deixa-me mesmo muito fodido.

É por essas e por outras que, com alguma frequência, oiço "estás sempre calado", "não desabafas comigo", "andas frio"... De vez em quando lá me esqueço do que a casa gasta, torno-me mole e sentimental e zás! ... levo um murro bem no meio do fuçinho.

Não tenho só mau feitio: sou é muito rigoroso com as regras pelas quais pauto o meu comportamento. As moscas não se apanham com vinagre... isso é certo.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ainda me estás a ouvir?!

- ... ainda me estás a ouvir?!
- Estou.


Não lhe menti. Estava a ouvi-la de facto pois até consegui repetir as suas duas últimas frases na íntegra apenas para lho provar.

Só que o que ela queria saber era se eu a estava a escutar e, nesse caso, a minha resposta seria bem diferente.

É curioso como perante certas situações, alguns temas ou estados de espírito, somos capazes de ouvir o que nos dizem sem realmente escutar aquilo que está a ser dito.

Depois da minha resposta, pus-me a pensar nisto. Olhei o relógio e apercebi-me que estava a falar há cerca de 15 minutos e eu não me lembrava de nada da conversa, apenas das últimas frases. E assim continuava.


- ... é fantástico, não é?!
- É.


Que chatisse!

Não foi por querer... mas a conversa não me estava a interessar nada. O entusiasmo dela, os olhos brilhantes, deixaram-me continuar naquele estado, a admirar cada feição, cada pormenor do seu rosto, a lembrar-me de todas as coisas que me fazem querer estar do lado dela, enquanto ansiava que a conversa terminasse. Amar alguém também passa por isto: fazer de conta que nos interessamos pelas mesmas coisas, ceder.

Finalmente, bateram à porta. A minha mãe hoje vem para jantar. E o monólogo terminou por ali.