terça-feira, 10 de maio de 2011

Hora de Ponta

O trânsito nas metrópoles costuma ser caótico. Lisboa não é excepção e isso aliado à minha falta de paciência para a estupidez alheia faz com que os meus miolos fritem várias vezes por minuto enquanto conduzo. Alturas há em que dou mesmo por mim a rosnar com o caramelo da frente. Pode dizer-se que tenho uma condução agressiva, reconheço-o.

Todo este post pode parecer arrogante. Bom, na verdade, acho mesmo que é, pois é mais um argumento típico de um qualquer que se julga o melhor condutor do mundo. Não o sou, afianço-vos desde já: sou feliz com o segundo lugar.

Mas tenho uns certos... "valores", passo a expressão. Antes de mais, tenho um fanatismo pelos chamados piscas: gosto de saber as intenções dos outros condutores e como tal acho justo que eles saibam as minhas; ando sempre o mais à direita possível para que as faixas à esquerda permitam a ultrapassagem daqueles que levam mais pressa do que eu; não faço espertezas para passar dois ou três ou vinte carros à frente, já que à partida todos queremos chegar ao destino... 

... e agora que penso nisso, talvez nos fiquemos por aqui no que respeita aos "valores".

Seja como for, o não-cumprimento destes por parte dos outros automobilistas incomoda-me. Sobretudo quando estou, por exemplo, num cruzamento à espera de passagem há séculos e dois carros seguidos viram à direita sem fazer pisca enquanto eu fico a vê-los passar; ou quando eu levo mais pressa que outros mas eles teimam em ir na faixa da esquerda a 80 km/h com as duas faixas da direita livres; ou ainda quando estou há vinte minutos na fila para subir a Calçada de Carriche e uns quantos marmelos que vieram a dita toda pela faixa BUS se aproveitam de um pouco de inércia para tomar um lugar centenas de carros à frente, colando um autocolante na testa de todos com as letras   e s t ú p i d o  ou  o t á r i o ...

Sinais de luz e buzinadelas são úteis nestas situações, quanto mais não seja para libertar a tensão causada pela frustração de nada poder fazer para corrigir estas faltas de civismo, embora ela fique mais chateada comigo por buzinar que eu com o trânsito. Por isto, ultimamente tenho-me portado que nem um anjo - pelo menos na presença dela.

Mas quem não reconhece o alívio de uma buzinadela com sentimento acompanhada de um vai p'ó...?!

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