domingo, 5 de junho de 2011

Even Flow

Algures sobre Innsbruck, 04 Junho 2011 16:12 (GMT+1) 

Even flow, thoughts arrive like butterflies
Oh, he don't know, so he chases them away
Someday yet, he'll begin his life again
Whispering hands, gently lead him away
Him away, him away...
Yeah!


Assim de repente, acho que tudo na vida se pode comparar com um peido.

Palavras. Tal como o primeiro, uma vez deitadas cá para fora não há volta a dar, estão ditas. Não se pode anular o dito da mesma maneira que não se pode esconder um traque malcheiroso. É incrível (e bem conhecido) o efeito de uma simples frase mal formulada. Nem o sincero “não foi isso que quis dizer!” o pode alterar.

Mas esta ideia apareceu-me não por ter sucumbido à tentação de libertar uma bufa em pleno avião (… a qual estava cá, confesso) mas sim por me ter apercebido que certas coisas que fazemos na vida, certas acções, uma vez feitas não podem ser desfeitas. Como o querer mudar de vida assim muito radicalmente. Agora, de malas aviadas e metido num avião, não há volta a dar.

Não me arrependo do que estou a fazer. Estou consciente do risco que corro e predisponho-me a corrê-lo. Talvez a vontade de dar um peido venha do receio que tenho de os meus planos falharem, de conhecer e saber bem que a Lei de Murphy tem fundamento e se aplica a tudo na vida. Talvez venha do facto de me sentir sempre a ser julgado, observado e comparado.

E atrás disto vem a sensação de solidão.

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