domingo, 29 de novembro de 2009

Não Há Estrelas No Céu

Não há estrelas no céu a dourar o meu caminho
Por mais amigos que tenha sinto-me sempre sozinho
De que vale ter a chave de casa para entrar
Ter uma nota no bolso p'ra cigarros e bilhar


Já o dizia o Rui Veloso: parece Janeiro e está um frio de rachar. Um frio daqueles que conserva qualquer um que não tenha compromissos em casa, no quentinho, frente a um qualquer televisor ou computador.


Um enclausuramento daqueles que ao fim de um ou dois pares de horas nos deixa entediados, chateados e cansados de nada fazer e de nada ter para fazer senão ansiar pela hora de deitar ou então pensar na famosa morte da pobre bezerra.


E essa bezerra é manhosa... tal como as conversas que se parecem com cerejas, os pensamentos também saltam de bezerra em bezerra com uma facilidade inigualável e por vezes lamentável. De um modo ou de outro, tempo livre a mais é sinónimo de pensamentos (... memórias?!) que nos deixam tristes e cabisbaixos ou então, no meu caso, apático, bruto e arrogante. 


Não discuti com ninguém hoje... mas estou angustiado. O sentimento de solidão continua a invadir-me constantemente, que nem uma toupeira que está continuamente a escavar-me o peito sem sequer sair do sítio, como uma caganeira ou uma dor de dentes infindáveis.

Gostava que o antídoto para este mal se vendesse na farmácia. Ou talvez eu devesse aprender a ser um canalha... e gostar mais de mim e não de outra pessoa.

Felizmente ainda posso cantar à vontade e meus males tentar espantar (... e os vizinhos incomodar).

Ando aí às escondidas a espreitar às janelas
Perdido nas avenidas e achado nas vielas
Veio o meu primeiro amor foi um trapézio sem rede
Sai da frente por favor estou entre a espada e a parede

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