quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Jai Ho

Estação, 06:02. O autocarro abre a porta e eu sonolento arrasto-me até ao primeiro lugar vazio com um "bom dia" rotineiro despojado de qualquer conteúdo. Não sei se obtive resposta mas também não me preocupo. O maior interesse consiste grosso modo em recostar-me da maneira mais confortável que o assento e o colega que ronca ruidosamente duas filas atrás permitem. Entro então num estado de letargia que atenua a duração da viagem de 40 quilómetros, estado esse equiparável à sensação de adormecer no sofá defronte da TV, ouvindo-a progressivamente a ficar mais distante.

Por me sentar à frente, ainda estava ao alcance da frequência emitida pelo pequeno rádio que diariamente anima o motorista... e diabos se esta música não me ficou o dia todo na cabeça, logo desde a manhã e mesmo estando num profundo estado letárgico, a dormir praticamente! Ao longo do dia muitos foram os esforços para trocar por uma outra música qualquer (até o batuque cíclico da Tandem Line!), mas esta teimava em não sair e, pior!, ainda a trauteei.

Arrogâncias à parte, vinda do grupo que vem até saiu qualquer coisa gira. Pelos vistos, fica no ouvido, digam o que disserem. A letra não merece ser citada e por isso, não há citações hoje.

Ah!... ter os sonos trocados é horrível. Ontem adormeci descaradamente a meio de uma formação, sendo que só quem também dormisse não me viu a quase cair da cadeira... nunca na vida bebi tanto café num dia como ontem e hoje. Tenho que ir dormir, que às 06:02, na estação, o autocarro volta a abrir a porta e eu a dizer um "bom dia" vazio...

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