terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Brackish

She is not scared to die
Best things in life drive her to cry


Já escrevi sobre a morte. Já parafraseei o Nicolau Breyner quando este afirma que não receia morrer, que apenas acha que a vida é boa demais.

... concordo. Mas não sei se afinal não receio morrer.

Nem com a morte de estranhos lido bem. Dizerem-me que alguém morreu deixa-me um tanto perturbado.

Hoje alguém morreu junto ao acesso de Alcântara para a Ponte 25 de Abril. Não sei se caiu acidental ou propositadamente, mas acabou a jazer ali vindo lá de cima. A pequena poça de sangue que descansava por entre os ténis, o único pedaço do corpo que não fora coberto, impressionou-me e naquele instante parece que o mundo em meu redor parou.

O eterno e irreversível que é morrer assusta-me.

Ponderei logo o suicídio e o que o levara a tal acto, os que ficaram para trás, os que viram a cena...

Senti-me triste por ele.

Apenas alguns metros à frente, no cruzamento entre a Av. de Ceuta e a R. Prior do Crato, outros continuavam a sua vida alheios daquele que se havia ido. É assim... ao estilo bicho-da-seda.

I'd like to take you down and show you deep inside my life
My inner working to smell & lack of inner pride
To touch upon the surface is not for what it seems
I take away my problems but only in my dreams

Sem comentários: