terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Media Issue

Recordo-me algures do básico ou do secundário que um dos pilares do jornalismo consistia na imparcialidade. Acho que este ponto há muito foi esquecido. Os media têm o poder de endeusar e desgraçar seja quem for e por esse mesmo motivo têm a obrigação de saber usar esses mesmo poder. A imparcialidade de que falo não se vê em muitos noticiários e menos ainda em entrevistas.


O respeito pelo entrevistado, no caso do tele-jornalismo, também ficou algures perdido no tempo. É hábito comum cortar-se a palavra a meio e interpretar frases incompletas com propósito de levar seja quem for a contradizer-se e, portanto, a dar o dito por não dito.


Há também a questão do mau jornalismo. Gente que escreve sem saber do que fala. Gente que nem português sabe escrever, aliás... Hoje, por exemplo, no Metro vinha uma breve a informar que ainda não há uma previsão para a reabertura da CREL no troço Estádio Nacional - Alverca. Ora, a dita auto-estrada está fechada entre Queluz e Belas (no sentido Estádio Nacional - Alverca, sim...), apenas! Por ser um jornal gratuito isto deve-se esperar? E as famosas trocas em torno dos 's, à's e ah's!?


... mas o que me leva a escrever hoje é a perseguição à tragédia madeirense. Horas a fio a mostrar imagens, a entrevistar tudo e todos, a dizer coisas sem qualquer interesse. Parecem abutres em torno de um cadáver.


Nos últimos dias o mundo parou por causa da Madeira: não há empresas a fechar, não há crise financeira, não há escândalos em torno do Primeiro Ministro nem há mau tempo nos EUA.


Claro que lamento o que se passou na ilha e claro também que gosto de me manter a par dos desenvolvimentos; dispenso completamente a conversa de encher chouriço onde se mostram grandes planos a galochas e a pneus enlameados.


Apre!

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