Os sonhos são o relfexo da nossa vida emocional. Para Jung, era uma forma inconsciente arranjar equilíbrio, de chegar à raíz dos nossos problemas.
Questiono-me o que casas-de-banho claustrofóbicas a bordo de comboios suburbanos sobrelotados e que rumam a parte incerta e a ideia de viver dentro de um selo de correio têm que ver com a minha vida emocional...
This question haunts my mind
Will we survive this night?
We're harboring the meek
Will we survive the sleep?
domingo, 10 de julho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Modas
Ok, ok!
Depois do meu post anterior, pode-se inferir que eu não estaria propriamente virado para as escritas hoje.
Fui passear pelo Facebook. Ver o que andava o pessoal a fazer por lá, deixar uma música no mural da minha mais-que-tudo e vir-me embora.
Era esse o plano.
Mas quando fui à página principal, fiquei simplesmente parvo com a quantidade de pessoas que andam entretidas a fazer citações, umas em português mas grande parte em inglês, de outras pessoas, umas mais famosas que outras. Os temas dessas citações andam sempre à volta do mesmo: amor e personalidade. De entre as muitas, apenas três exemplos, para não enjoar (muito...!).
Depois do meu post anterior, pode-se inferir que eu não estaria propriamente virado para as escritas hoje.
Fui passear pelo Facebook. Ver o que andava o pessoal a fazer por lá, deixar uma música no mural da minha mais-que-tudo e vir-me embora.
Era esse o plano.
Mas quando fui à página principal, fiquei simplesmente parvo com a quantidade de pessoas que andam entretidas a fazer citações, umas em português mas grande parte em inglês, de outras pessoas, umas mais famosas que outras. Os temas dessas citações andam sempre à volta do mesmo: amor e personalidade. De entre as muitas, apenas três exemplos, para não enjoar (muito...!).
"Quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece, porque menos depende da minha subjectividade." - Fernando Pessoa
"Whenever you find yourself on the side of the majority, it's time to pause and reflect." - Mark Twain
"Esta vida é tão curta que é melhor dares valor a quem te dá ati ! Não percas tempo com quem queres que te de."Virou moda, é?!
O Doce da Vida
Queria partilhar com o mundo a minha alegria e regozijo. Queria tentar traduzir por palavras aquilo que sinto por aquela por quem o meu coração bate. Queria... mas prefiro guardar esses sentimentos apenas para mim. Sou demasiado egoísta.
... estou simplesmente a viver um sonho! =)
... estou simplesmente a viver um sonho! =)
terça-feira, 7 de junho de 2011
Falling Away From Me
The day is here fading
That's when i'm insane
I flirt with suicide
Sometimes kills the pain
I can always say
It's gonna be better tomorrow
Falling away from me
Falling away from me
Foram cinco anos de luta, estudo e borga.
Se tivesse excluído a última parte, te-los-ia feito em apenas três, mas não foi o que aconteceu. Além disso, a borga também faz parte da vida. Eu pelo menos assumo a minha responsável irresponsabilidade, na medida em que fui encarregue (psicológica e financeiramente) pelos meus estudos e não lamento os dois anos que perdi em termos de curriculum.
That's when i'm insane
I flirt with suicide
Sometimes kills the pain
I can always say
It's gonna be better tomorrow
Falling away from me
Falling away from me
Foram cinco anos de luta, estudo e borga.
Se tivesse excluído a última parte, te-los-ia feito em apenas três, mas não foi o que aconteceu. Além disso, a borga também faz parte da vida. Eu pelo menos assumo a minha responsável irresponsabilidade, na medida em que fui encarregue (psicológica e financeiramente) pelos meus estudos e não lamento os dois anos que perdi em termos de curriculum.
Aquilo que me ponho a lamentar é que ao fim de dois dias de procura pela net de emprego na área industrial, o que encontro são vagas para técnicos especializados como soldadores, torneiros, serralheiros ou então diplomados em electrotecnia e automação.
Porra! Eu há anos que digo que o que gosto é mesmo automação, controlo e todas as artes associadas e, qual chapada do destino, sinto hoje que o curso dito polivalente e com 100% de empregabilidade que tirei não serve. Por duas vezes ouvi já dizerem-me que tenho um bom curso mas que é demasiado valente, demasiado vago.
E cá estou eu, perdido... call-centres, venham a mim! E enquanto isso, deixa lá ver quanto custa um curso de electrotecnia no ISEL.
Three simple rules
1. If you don't go after what you want, you'll never have it;
2. If you don't ask, the answer will always be no;
3. If you don't step forward, you will always be in the same spot.
2. If you don't ask, the answer will always be no;
3. If you don't step forward, you will always be in the same spot.
domingo, 5 de junho de 2011
Jeremy
And he hit me with a surprise left
My jaw left hurting
Oh dropped wide open
Just like the day
Oh like the day i heard
Em puto tive vários diários mas nunca os soube usar. Por diversas vezes tentava começar um diário mas limitava-me a descrever o meu dia-a-dia durante um punhado deles e depois, enfadado, deixava de o fazer.
Hoje sei que apenas determinados acontecimentos despertam a minha necessidade de escrever. Apenas os sentimentos que advêm dessas situações, na verdade. Amor, ódio, raiva, saudade, tristeza, alegria... e em criança essas coisas não se manifestavam como hoje. Era tudo mais relativizado, não as entendia e como tal não conseguiria construir opiniões fundamentadas. Normal, acho eu.
Quando era mais novo, a minha felicidade cingia-se a poder ir andar de bicicleta ou a espalhar Legos pelo chão da sala; a minha tristeza manifestava-se na impossibilidade da minha felicidade; não me lembro de alguma vez ter sentido raiva senão quando os Legos que possuía não eram suficientes para a empreitada em curso; ódio foi um sentimento que apenas descobri já na adolescência, embora não o soubesse na altura. Mas uma coisa que tive desde que me lembro, e muito, foram saudades. Mas nunca as escrevi, talvez porque sentar-me no chão a brincar ou montar-me em cima dos pedais me permitia abstrair delas. Gostava que ainda assim fosse.
Isto não é um lamento, apenas uma introspecção... hoje isso também já virou passado e por isso não vou escrever sobre o que poderia ter escrito no passado, sobre eventos com já duas décadas, desenterrar memórias e acontecimentos que ficaram esquecidos e que assim se querem.
Hoje fui simplesmente ler alguns dos apontamentos que tenho feito quando não tenho internet disponível para os publicar de imediato, os quais preciso anotar para não me esquecer. Às vezes é aquela frase, naquela hora, e não me posso dar ao luxo de a perder. Muitas vezes, quando vou para as publicar, refreio. O sentimento já afrouxou; as palavras já não fazem sentido; ou simplesmente, mais calmo, me apercebo que escrevi coisas impulsivamente e sobre as quais já meditei mais e melhor e já não são o que pensava serem.
Aconteceu que hoje encontrei dois apontamentos feitos há uns meses atrás os quais pensei terem sido impulsivos e não tão acertivos quanto isso, mas quero hoje publicá-los. Estão em inglês porque às vezes me apetece escrever em inglês; não os traduzo porque sei que cairei na tentação de alterar uma vírgula ou duas...
Para terminar, como diria António Gedeão «o sonho comanda a vida» e ser embarcadiço deixou de ser o meu sonho.
My jaw left hurting
Oh dropped wide open
Just like the day
Oh like the day i heard
Em puto tive vários diários mas nunca os soube usar. Por diversas vezes tentava começar um diário mas limitava-me a descrever o meu dia-a-dia durante um punhado deles e depois, enfadado, deixava de o fazer.
Hoje sei que apenas determinados acontecimentos despertam a minha necessidade de escrever. Apenas os sentimentos que advêm dessas situações, na verdade. Amor, ódio, raiva, saudade, tristeza, alegria... e em criança essas coisas não se manifestavam como hoje. Era tudo mais relativizado, não as entendia e como tal não conseguiria construir opiniões fundamentadas. Normal, acho eu.
Quando era mais novo, a minha felicidade cingia-se a poder ir andar de bicicleta ou a espalhar Legos pelo chão da sala; a minha tristeza manifestava-se na impossibilidade da minha felicidade; não me lembro de alguma vez ter sentido raiva senão quando os Legos que possuía não eram suficientes para a empreitada em curso; ódio foi um sentimento que apenas descobri já na adolescência, embora não o soubesse na altura. Mas uma coisa que tive desde que me lembro, e muito, foram saudades. Mas nunca as escrevi, talvez porque sentar-me no chão a brincar ou montar-me em cima dos pedais me permitia abstrair delas. Gostava que ainda assim fosse.
Isto não é um lamento, apenas uma introspecção... hoje isso também já virou passado e por isso não vou escrever sobre o que poderia ter escrito no passado, sobre eventos com já duas décadas, desenterrar memórias e acontecimentos que ficaram esquecidos e que assim se querem.
Hoje fui simplesmente ler alguns dos apontamentos que tenho feito quando não tenho internet disponível para os publicar de imediato, os quais preciso anotar para não me esquecer. Às vezes é aquela frase, naquela hora, e não me posso dar ao luxo de a perder. Muitas vezes, quando vou para as publicar, refreio. O sentimento já afrouxou; as palavras já não fazem sentido; ou simplesmente, mais calmo, me apercebo que escrevi coisas impulsivamente e sobre as quais já meditei mais e melhor e já não são o que pensava serem.
Aconteceu que hoje encontrei dois apontamentos feitos há uns meses atrás os quais pensei terem sido impulsivos e não tão acertivos quanto isso, mas quero hoje publicá-los. Estão em inglês porque às vezes me apetece escrever em inglês; não os traduzo porque sei que cairei na tentação de alterar uma vírgula ou duas...
Jeddah, Saudi Arabia, Jan. 09th 2011 17:31 (GMT+3)
Where is the excitement?!
I stopped to think in my present condition: I’m working abroad, doing what I said… what I thought I wanted to do for living, having done practically a voyage around the world, but I feel no excitement at all. I find no reason that makes me want to wake up in the morning, I find no job interesting and I’m always looking at the clock looking for the time I can get some sleep: at least the time flows by a little bit faster.Should I feel like this?! Do other people live like this?A month ago I went ashore in China. After practically 3 months on board, I stepped solid ground in a place it’s said to be half work away and… well, banal! I was expecting to feel like a child, smashing my face against the car’s window looking at everything, trying to absorb every detail, but that didn’t happen. In fact, it seemed just like a trip to a chinese store back home: the same smell of boiled rice mixed with dust and baby poo, the same dirt found in those same stores and a lot of Chinese who speak nothing else but their home language.China is definitely a dirty country. I’ve been told this before but now I saw it with my own eyes. They are simply dirty people, the streets are all filled with dust and the air is thick and chocking. Too noisy, too much confusion, chaotic traffic, too many neon lights.Today we’re at anchor in Jeddah, Saudi Arabia’s Red Sea cost. We are simply waiting for the end of the month to finally discharge our cargo in a nearby port. Today I feel miserable, missing everybody in general, one in particular. Today I try to fill my free time reading, playing games or watching movies, but nothing catches my attention. I also tried to walk on deck, but I don’t really want to move a muscle. I try to sleep, but I mind doesn’t let me.I’m running out of options here. I don’t know what to do with my life, I don’t know what I want if I really want anything at all.All I want in life is to be happy.
Jeddah, Saudi Arabia, Feb. 21st 2011 19:28 (GMT+3)
This happened not long ago.It’s said that man is a creature of habits. Especially when one is confined in a small space for a long period, these habits tend to manifest themselves with a bigger emphasis.This mean that, besides getting out of the bed at 07h00m and check my e-mail at 19h00m on a daily basis, I have a peaceful American Coffee in the ECR soon after lunch together with third engineer. During these coffee’s, we either discuss some subjects related to our work on board or some other bullshit.During one of these coffees somewhere last week, we had no subject to discuss. Because a long silence is most times very disturbing, I just said something like “within 4 hours we’re done for today!” and put a big smile in my face.- And why is that you want 17h that much? Have you got a date?!For those who don’t get the irony in his words, we have been anchored 12 km’s outside of Jeddah for the last two months. And even if we weren’t, we certainly wouldn’t be able to go ashore anyway, so of course I didn’t have a date of any kind.However, the answer to his question was simple: the sooner the time goes by, the sooner I’m back home.After this I realized that for the last 4 or even 5 months I have been counting the time in weeks, not in days. “They signed-off two weeks ago” or “it took us five and a half weeks to get to China” are two examples of how I began to relate time. I don’t find it good, because while ashore I always find situations on my daily life that set a mark, something that I will remember for a while and will help me to relate time; here I don’t. All days are equal and I hardly find something that can make each day unique. And so, I feel like time is going by fast, carrying along the life I could or I wish I could have had.Yeah, I’m still young you might say; but so they were when they came on board 30 and 40 years ago and look what they have turned into…!
Para terminar, como diria António Gedeão «o sonho comanda a vida» e ser embarcadiço deixou de ser o meu sonho.
Even Flow
Algures sobre Innsbruck, 04 Junho 2011 16:12 (GMT+1)
Even flow, thoughts arrive like butterflies
Oh, he don't know, so he chases them away
Someday yet, he'll begin his life again
Whispering hands, gently lead him away
Him away, him away...
Yeah!
Assim de repente, acho que tudo na vida se pode comparar com um peido.
Palavras. Tal como o primeiro, uma vez deitadas cá para fora não há volta a dar, estão ditas. Não se pode anular o dito da mesma maneira que não se pode esconder um traque malcheiroso. É incrível (e bem conhecido) o efeito de uma simples frase mal formulada. Nem o sincero “não foi isso que quis dizer!” o pode alterar.
Mas esta ideia apareceu-me não por ter sucumbido à tentação de libertar uma bufa em pleno avião (… a qual estava cá, confesso) mas sim por me ter apercebido que certas coisas que fazemos na vida, certas acções, uma vez feitas não podem ser desfeitas. Como o querer mudar de vida assim muito radicalmente. Agora, de malas aviadas e metido num avião, não há volta a dar.
Não me arrependo do que estou a fazer. Estou consciente do risco que corro e predisponho-me a corrê-lo. Talvez a vontade de dar um peido venha do receio que tenho de os meus planos falharem, de conhecer e saber bem que a Lei de Murphy tem fundamento e se aplica a tudo na vida. Talvez venha do facto de me sentir sempre a ser julgado, observado e comparado.
E atrás disto vem a sensação de solidão.
Even flow, thoughts arrive like butterflies
Oh, he don't know, so he chases them away
Someday yet, he'll begin his life again
Whispering hands, gently lead him away
Him away, him away...
Yeah!
Assim de repente, acho que tudo na vida se pode comparar com um peido.
Palavras. Tal como o primeiro, uma vez deitadas cá para fora não há volta a dar, estão ditas. Não se pode anular o dito da mesma maneira que não se pode esconder um traque malcheiroso. É incrível (e bem conhecido) o efeito de uma simples frase mal formulada. Nem o sincero “não foi isso que quis dizer!” o pode alterar.
Mas esta ideia apareceu-me não por ter sucumbido à tentação de libertar uma bufa em pleno avião (… a qual estava cá, confesso) mas sim por me ter apercebido que certas coisas que fazemos na vida, certas acções, uma vez feitas não podem ser desfeitas. Como o querer mudar de vida assim muito radicalmente. Agora, de malas aviadas e metido num avião, não há volta a dar.
Não me arrependo do que estou a fazer. Estou consciente do risco que corro e predisponho-me a corrê-lo. Talvez a vontade de dar um peido venha do receio que tenho de os meus planos falharem, de conhecer e saber bem que a Lei de Murphy tem fundamento e se aplica a tudo na vida. Talvez venha do facto de me sentir sempre a ser julgado, observado e comparado.
E atrás disto vem a sensação de solidão.
Paradise City
Mar Tirreno, 30 Maio 2011 20:58 (GMT+1)
Take me down to the Paradise City
Where the grass is green and the girls are pretty
Oh won’t you please take me home?
Começa assim este clássico do Rock.
A bordo, os dias sucedem-se sem grandes aventuras, novidades, emoções ou seja o que for. Vazios e rotineiros, depressivos e angustiantes, talvez seja esta a descrição que mais se aproxima da realidade.
Mais um dia se passou e decidi ir fazer a digestão do jantar com um passeio ao convés, apanhar ar fresco e sol, andar um pouco e afastar-me do barulho. Procurar um pouco de solidão no meio da já tanta solidão que é estar no mar. Pode-se perguntar se não é a mesma coisa, estar a olhar o mar e as nuvens à proa ou à popa, mas não é. A verdade é que lá, a vante, consigo pensar, afastado do zumbido dos ventiladores e do ribombar dos geradores.
Entretive-me a olhar o sol a brincar por entre nuvens e a tentar contar as ondas, perdido num emaranhado de pensamentos respeitantes a amores, desamores, trabalho, futuro, esperanças, putos, milhas por hora, colunas de água entre mil outras coisas. A certa altura, vi um avião a aparecer por detrás de uma nuvem e observei-o durante os cerca de cinco minutos que levou a passar, até desaparecer por detrás de outra nuvem qualquer. Foi então que cheguei a uma conclusão desconcertante.
Ora bem, antes de avistar o dito avião, estive a olhar o mar, como já referi. E durante 30 ou 40 minutos, estive aparentemente no mesmo sítio. Entenda-se, se tivesse tirado uma fotografia naquele minuto e a tivesse comparado com outra tirada 30 minutos antes, seria praticamente igual. Para mim, era como se estivesse parado. Já aqueles que iam no avião vêm algo diferente a cada minuto. Pelo menos, se alguém sequer espreitou pela janela, viram um navio perdido algures lá em baixo, parado.
E foi aí que me apercebi que eu aqui estou mesmo parado. Aqui fechado, apenas vejo a vida a passar por mim, os outros a passar. Porque, independentemente do tempo que passar, ao olhar para a frente terei sempre a mesma vista: um céu azul, ondas e nuvens. Os amigos, as oportunidades, momentos, alegrias, dissabores, resumidamente todas as coisas que uma pessoa dita normal tem diariamente passam-me ao lado, simplesmente porque estou isolado do mundo. Lembrei-me de algo que costumava dizer mas do qual parece que me tenho vindo a esquecer: não te arrependas do que fazes, mas sim daquilo que não fizeste.
Como posso pensar em ter uma vida privada dos pequenos prazeres diários em prol de meia dúzia de luxos espontâneos e fugazes?! Como me irei eu mesmo perdoar se daqui a 10 ou 15 anos ainda aqui estiver, no mesmo sítio, sem ter tentado chegar a algum outro?! Como posso eu hoje ter medo que me censurem de querer eu simples e figurativamente dar à praia?!
Há muito que conheço o meu lado depressivo e destrutivo. Há muito também que aprendi a contornar esse lado, procurando incansavelmente estímulos que o possam manter adormecido. Aqui é impossível. Simplesmente, encaro-me todos os dias de manhã e pergunto que estou aqui a fazer, o que espero obter daqui (pessoalmente e até mesmo profissionalmente, dado que isto já foi uma grande escola, mas hoje tenho sérias dúvidas, embora isso fuja do tema) e porque raios me permito ser voluntariamente prisioneiro a contrato.
O Shrek diz a certa altura à Fiona num dos filmes da saga que foi ela que o salvou a ele da torre e do dragão, não o contrário. Eu no fundo… pensando nisso, acho que o facto de o meu coração ter dono fez com que eu acordasse para esta realidade, com que no fundo tivesse consciência da minha miserável condição e que despertasse a vontade de fugir, de ter uma vida que não esta.
Lembro-me assim muito de repente da Alegoria da Caverna, essa obra fantástica e tão negligenciada pelos futuros seja-o-que-for do país, e apercebo-me do quão ela é assertiva em vários campos. Ora senão vejamos que, enquanto o meu coração estava livre (“apaixonado”, “iludido”, “enganado” ou qualquer outro adjectivo que não “comprometido” e simultaneamente “retribuído”), eu não me importava muito com esta vida. Quer dizer, era chata uma vez que não podia ir beber um copo, dar uma volta de bike ou simplesmente fazer gazeta e culpar uma gripe fulminante qualquer. Mas quando achamos aquele alguém que nos faz realmente olhar a vida de maneira diferente pela primeira vez, aquele alguém por quem vamos ali e mais além, tudo vem ao de cima e um simples avião é capaz de fazer grandes revelações.
E a acrescentar a tudo isto, há o factor monetário, mas esse não é para aqui chamado. Como diria alguém, "too fucking much information!" e já fica além do que quero partilhar.
Pois bem, levei cerca de 25 minutos a conseguir organizar as minhas ideias e a passá-las a papel. A título de curiosidade, nestes mesmos 25 minutos o navio de onde me deprimo limitou-se a percorrer 8 600 metros, mais ou menos centímetro… É caso para se dizer “heading to nowhere fast”, hein?!
Take me down to the Paradise City
Where the grass is green and the girls are pretty
Oh won’t you please take me home?
Começa assim este clássico do Rock.
A bordo, os dias sucedem-se sem grandes aventuras, novidades, emoções ou seja o que for. Vazios e rotineiros, depressivos e angustiantes, talvez seja esta a descrição que mais se aproxima da realidade.
Mais um dia se passou e decidi ir fazer a digestão do jantar com um passeio ao convés, apanhar ar fresco e sol, andar um pouco e afastar-me do barulho. Procurar um pouco de solidão no meio da já tanta solidão que é estar no mar. Pode-se perguntar se não é a mesma coisa, estar a olhar o mar e as nuvens à proa ou à popa, mas não é. A verdade é que lá, a vante, consigo pensar, afastado do zumbido dos ventiladores e do ribombar dos geradores.
Entretive-me a olhar o sol a brincar por entre nuvens e a tentar contar as ondas, perdido num emaranhado de pensamentos respeitantes a amores, desamores, trabalho, futuro, esperanças, putos, milhas por hora, colunas de água entre mil outras coisas. A certa altura, vi um avião a aparecer por detrás de uma nuvem e observei-o durante os cerca de cinco minutos que levou a passar, até desaparecer por detrás de outra nuvem qualquer. Foi então que cheguei a uma conclusão desconcertante.
Ora bem, antes de avistar o dito avião, estive a olhar o mar, como já referi. E durante 30 ou 40 minutos, estive aparentemente no mesmo sítio. Entenda-se, se tivesse tirado uma fotografia naquele minuto e a tivesse comparado com outra tirada 30 minutos antes, seria praticamente igual. Para mim, era como se estivesse parado. Já aqueles que iam no avião vêm algo diferente a cada minuto. Pelo menos, se alguém sequer espreitou pela janela, viram um navio perdido algures lá em baixo, parado.
E foi aí que me apercebi que eu aqui estou mesmo parado. Aqui fechado, apenas vejo a vida a passar por mim, os outros a passar. Porque, independentemente do tempo que passar, ao olhar para a frente terei sempre a mesma vista: um céu azul, ondas e nuvens. Os amigos, as oportunidades, momentos, alegrias, dissabores, resumidamente todas as coisas que uma pessoa dita normal tem diariamente passam-me ao lado, simplesmente porque estou isolado do mundo. Lembrei-me de algo que costumava dizer mas do qual parece que me tenho vindo a esquecer: não te arrependas do que fazes, mas sim daquilo que não fizeste.
Como posso pensar em ter uma vida privada dos pequenos prazeres diários em prol de meia dúzia de luxos espontâneos e fugazes?! Como me irei eu mesmo perdoar se daqui a 10 ou 15 anos ainda aqui estiver, no mesmo sítio, sem ter tentado chegar a algum outro?! Como posso eu hoje ter medo que me censurem de querer eu simples e figurativamente dar à praia?!
Há muito que conheço o meu lado depressivo e destrutivo. Há muito também que aprendi a contornar esse lado, procurando incansavelmente estímulos que o possam manter adormecido. Aqui é impossível. Simplesmente, encaro-me todos os dias de manhã e pergunto que estou aqui a fazer, o que espero obter daqui (pessoalmente e até mesmo profissionalmente, dado que isto já foi uma grande escola, mas hoje tenho sérias dúvidas, embora isso fuja do tema) e porque raios me permito ser voluntariamente prisioneiro a contrato.
O Shrek diz a certa altura à Fiona num dos filmes da saga que foi ela que o salvou a ele da torre e do dragão, não o contrário. Eu no fundo… pensando nisso, acho que o facto de o meu coração ter dono fez com que eu acordasse para esta realidade, com que no fundo tivesse consciência da minha miserável condição e que despertasse a vontade de fugir, de ter uma vida que não esta.
Lembro-me assim muito de repente da Alegoria da Caverna, essa obra fantástica e tão negligenciada pelos futuros seja-o-que-for do país, e apercebo-me do quão ela é assertiva em vários campos. Ora senão vejamos que, enquanto o meu coração estava livre (“apaixonado”, “iludido”, “enganado” ou qualquer outro adjectivo que não “comprometido” e simultaneamente “retribuído”), eu não me importava muito com esta vida. Quer dizer, era chata uma vez que não podia ir beber um copo, dar uma volta de bike ou simplesmente fazer gazeta e culpar uma gripe fulminante qualquer. Mas quando achamos aquele alguém que nos faz realmente olhar a vida de maneira diferente pela primeira vez, aquele alguém por quem vamos ali e mais além, tudo vem ao de cima e um simples avião é capaz de fazer grandes revelações.
E a acrescentar a tudo isto, há o factor monetário, mas esse não é para aqui chamado. Como diria alguém, "too fucking much information!" e já fica além do que quero partilhar.
Pois bem, levei cerca de 25 minutos a conseguir organizar as minhas ideias e a passá-las a papel. A título de curiosidade, nestes mesmos 25 minutos o navio de onde me deprimo limitou-se a percorrer 8 600 metros, mais ou menos centímetro… É caso para se dizer “heading to nowhere fast”, hein?!
terça-feira, 10 de maio de 2011
Hora de Ponta
O trânsito nas metrópoles costuma ser caótico. Lisboa não é excepção e isso aliado à minha falta de paciência para a estupidez alheia faz com que os meus miolos fritem várias vezes por minuto enquanto conduzo. Alturas há em que dou mesmo por mim a rosnar com o caramelo da frente. Pode dizer-se que tenho uma condução agressiva, reconheço-o.
Todo este post pode parecer arrogante. Bom, na verdade, acho mesmo que é, pois é mais um argumento típico de um qualquer que se julga o melhor condutor do mundo. Não o sou, afianço-vos desde já: sou feliz com o segundo lugar.
Mas tenho uns certos... "valores", passo a expressão. Antes de mais, tenho um fanatismo pelos chamados piscas: gosto de saber as intenções dos outros condutores e como tal acho justo que eles saibam as minhas; ando sempre o mais à direita possível para que as faixas à esquerda permitam a ultrapassagem daqueles que levam mais pressa do que eu; não faço espertezas para passar dois ou três ou vinte carros à frente, já que à partida todos queremos chegar ao destino...
... e agora que penso nisso, talvez nos fiquemos por aqui no que respeita aos "valores".
Seja como for, o não-cumprimento destes por parte dos outros automobilistas incomoda-me. Sobretudo quando estou, por exemplo, num cruzamento à espera de passagem há séculos e dois carros seguidos viram à direita sem fazer pisca enquanto eu fico a vê-los passar; ou quando eu levo mais pressa que outros mas eles teimam em ir na faixa da esquerda a 80 km/h com as duas faixas da direita livres; ou ainda quando estou há vinte minutos na fila para subir a Calçada de Carriche e uns quantos marmelos que vieram a dita toda pela faixa BUS se aproveitam de um pouco de inércia para tomar um lugar centenas de carros à frente, colando um autocolante na testa de todos com as letras e s t ú p i d o ou o t á r i o ...
Sinais de luz e buzinadelas são úteis nestas situações, quanto mais não seja para libertar a tensão causada pela frustração de nada poder fazer para corrigir estas faltas de civismo, embora ela fique mais chateada comigo por buzinar que eu com o trânsito. Por isto, ultimamente tenho-me portado que nem um anjo - pelo menos na presença dela.
Mas quem não reconhece o alívio de uma buzinadela com sentimento acompanhada de um vai p'ó...?!
Todo este post pode parecer arrogante. Bom, na verdade, acho mesmo que é, pois é mais um argumento típico de um qualquer que se julga o melhor condutor do mundo. Não o sou, afianço-vos desde já: sou feliz com o segundo lugar.
Mas tenho uns certos... "valores", passo a expressão. Antes de mais, tenho um fanatismo pelos chamados piscas: gosto de saber as intenções dos outros condutores e como tal acho justo que eles saibam as minhas; ando sempre o mais à direita possível para que as faixas à esquerda permitam a ultrapassagem daqueles que levam mais pressa do que eu; não faço espertezas para passar dois ou três ou vinte carros à frente, já que à partida todos queremos chegar ao destino...
... e agora que penso nisso, talvez nos fiquemos por aqui no que respeita aos "valores".
Seja como for, o não-cumprimento destes por parte dos outros automobilistas incomoda-me. Sobretudo quando estou, por exemplo, num cruzamento à espera de passagem há séculos e dois carros seguidos viram à direita sem fazer pisca enquanto eu fico a vê-los passar; ou quando eu levo mais pressa que outros mas eles teimam em ir na faixa da esquerda a 80 km/h com as duas faixas da direita livres; ou ainda quando estou há vinte minutos na fila para subir a Calçada de Carriche e uns quantos marmelos que vieram a dita toda pela faixa BUS se aproveitam de um pouco de inércia para tomar um lugar centenas de carros à frente, colando um autocolante na testa de todos com as letras e s t ú p i d o ou o t á r i o ...
Sinais de luz e buzinadelas são úteis nestas situações, quanto mais não seja para libertar a tensão causada pela frustração de nada poder fazer para corrigir estas faltas de civismo, embora ela fique mais chateada comigo por buzinar que eu com o trânsito. Por isto, ultimamente tenho-me portado que nem um anjo - pelo menos na presença dela.
Mas quem não reconhece o alívio de uma buzinadela com sentimento acompanhada de um vai p'ó...?!
domingo, 8 de maio de 2011
(Sem Título)
Parece que é incontornável o facto de haver sempre algo errado. Por mais sacrifícios que faça, parece que há sempre um algo ou alguém que me arruína o estado de espírito. Como os bons Portugueses costumam dizer, se não for do cu será das calças. Eu acrescento que também pode ser dos dois.
Sinto-me a ser estrangulado enquanto as minhas mão estão presas, impotente. Quero fazer, quero dar, assegurar. Apetece-me rosnar, morder até aqueles abutres e víboras, mas não me cabe a mim fazê-lo. Entristece-me vê-la rodeada de pessoas interesseiras, falsas, oportunistas. Enojam-me aqueles sorrisos, abraços e festinhas nos ombros quando é precisa. Enojam-me mensagens ocas publicadas em redes sociais. Entristecem-me faltas respeito, de consideração. Entristece-me não a falta de reconhecimento em si mas a metamorfose que certas atitudes tomam consoante as situações. As discussões desmotivam-me. As forças desaparecem-me e as rugas despertam.
Sinto-me triste por tudo.
Mais uma vez quero berrar. Apenas berrar, sem nada dizer porque tudo já foi dito vezes e vezes sem conta. Apetece-me chorar. Continuo a não conseguir, embora ontem tenha soluçado no ombro dela - efeito do álcool, quiçá. Continuo a querer fugir, mas o Mar já não me alicia como antigamente.
De dia para dia me começo a convencer que a solução acabará por passar por algo como amor e uma cabana à beira-mar... eu e ela.
Sinto-me a ser estrangulado enquanto as minhas mão estão presas, impotente. Quero fazer, quero dar, assegurar. Apetece-me rosnar, morder até aqueles abutres e víboras, mas não me cabe a mim fazê-lo. Entristece-me vê-la rodeada de pessoas interesseiras, falsas, oportunistas. Enojam-me aqueles sorrisos, abraços e festinhas nos ombros quando é precisa. Enojam-me mensagens ocas publicadas em redes sociais. Entristecem-me faltas respeito, de consideração. Entristece-me não a falta de reconhecimento em si mas a metamorfose que certas atitudes tomam consoante as situações. As discussões desmotivam-me. As forças desaparecem-me e as rugas despertam.
Sinto-me triste por tudo.
Mais uma vez quero berrar. Apenas berrar, sem nada dizer porque tudo já foi dito vezes e vezes sem conta. Apetece-me chorar. Continuo a não conseguir, embora ontem tenha soluçado no ombro dela - efeito do álcool, quiçá. Continuo a querer fugir, mas o Mar já não me alicia como antigamente.
De dia para dia me começo a convencer que a solução acabará por passar por algo como amor e uma cabana à beira-mar... eu e ela.
sábado, 2 de abril de 2011
Kiss Me
Never I found this comfort in anybody's arms before. Never I felt the assurance of anybody's kiss. Also, never have I've felt such a strong bind when holding anybody else's hand.
I never thought I liked you this much. And even though, there you were all along...!
I want to write and shout, and want to stay put and quiet, want to stare and touch you. I can't find the right words right now, everything I write seem empty of the magnificence of what is crossing both my mind and chest. So I think a kiss will say it all, won't it?!
I never thought I liked you this much. And even though, there you were all along...!
I want to write and shout, and want to stay put and quiet, want to stare and touch you. I can't find the right words right now, everything I write seem empty of the magnificence of what is crossing both my mind and chest. So I think a kiss will say it all, won't it?!
sexta-feira, 25 de março de 2011
How to Succeed
1. Don’t talk negatively about people behind their backs. If you gossip, people won’t confide in you. Mind your own business.
2. Try to work for someone who challenge your powers. You’ll learn more in a year than four years of college.
3. Successful bosses have good communications skills. They learn from people, including their employees.
4. Work in such a way that makes your boss look good. It’s not flattery.
5. On downsizing, the first to go are those with few friends. Bosses prefer competent people whom they respect.
6. Dress for the job you want, not the one you have. Let your dress reflect professionalism.
7. Workout to get in good physical shape. Unless exceptionally skilled, the unhealthy are at a comparative disadvantage.
8. Personal integrity is crucial. Tell nothing but the truth. Bosses can forgive mistakes but if you lie, you’re gone.
9. Be on time. Try to arrive a few minutes early. It saves you from stress. You’ll be much relaxed and work better.
10. Strive your best to keep a deadline. If you cannot meet it, then apologize and ask for an extension.
11. Don’t take things personally. If some people are unhappy with you, it’s their problem. But always strive to give your best.
12. If you must correct someone, don’t get personal about it. Do it never in front of others.
13. Spend some time alone everyday. What’s the mission of my life? What do I want to be? And how to go about it.
14. As you move along plan A of your career, maintain a plan B as well – an alternative course to rely.
15. Always remember that the secret of success is passion. Always think big. Spread love and joy. You’ll have blissful years ahead.
Got it?!
2. Try to work for someone who challenge your powers. You’ll learn more in a year than four years of college.
3. Successful bosses have good communications skills. They learn from people, including their employees.
4. Work in such a way that makes your boss look good. It’s not flattery.
5. On downsizing, the first to go are those with few friends. Bosses prefer competent people whom they respect.
6. Dress for the job you want, not the one you have. Let your dress reflect professionalism.
7. Workout to get in good physical shape. Unless exceptionally skilled, the unhealthy are at a comparative disadvantage.
8. Personal integrity is crucial. Tell nothing but the truth. Bosses can forgive mistakes but if you lie, you’re gone.
9. Be on time. Try to arrive a few minutes early. It saves you from stress. You’ll be much relaxed and work better.
10. Strive your best to keep a deadline. If you cannot meet it, then apologize and ask for an extension.
11. Don’t take things personally. If some people are unhappy with you, it’s their problem. But always strive to give your best.
12. If you must correct someone, don’t get personal about it. Do it never in front of others.
13. Spend some time alone everyday. What’s the mission of my life? What do I want to be? And how to go about it.
14. As you move along plan A of your career, maintain a plan B as well – an alternative course to rely.
15. Always remember that the secret of success is passion. Always think big. Spread love and joy. You’ll have blissful years ahead.
Got it?!
domingo, 22 de agosto de 2010
Traffic
I'm not the best driver in the world, not even from far!
However, a thing that really bothers me on others is when, on a three lane highway they insist on driving on the central one, leaving the slower one, to the right, completely free. This means that whenever I need to pass over another car I must slow down my march because... my lane is full!
This really pisses me off!
However, a thing that really bothers me on others is when, on a three lane highway they insist on driving on the central one, leaving the slower one, to the right, completely free. This means that whenever I need to pass over another car I must slow down my march because... my lane is full!
This really pisses me off!
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Twisted
Estou há uns dias numa situação a qual pode ser apelidada de "de férias". Nestes dias, tenho estado em casa da parte da manhã, geralmente, o que me levou a verificar que o meu vizinho do primeiro andar trata carinhosamente do seu Peugeot com 15 anos todos os dias.
Ontem lá o cumprimentei à saída e lá estava ele a dar lustro aos plásticos e borrachas depois de aspirar o interior; hoje acordei com o barulho do aspirador e agora pôs-se a limpar as borrachas outra vez.
O meu vizinho já é um senhor de alguma idade. Pouco, nada na verdade, sei dele. É uma pessoa que me cumprimenta sempre com um sorriso na cara e me pergunta pela saúde dos meus, o que por si só me faz pensar que é boa pessoa (o que pode não ser verdade... vai daí até é um serial killer e coisas do género).
Porque não o conheço, enquanto fumava um cigarrito à janela pus-me a pensar num hipotética vida que se encaixasse no perfil: reformado.
Isto explica muita coisa, a começar pelo tempo livre, desocupado e provavelmente sem objectivos. O carro dele é um escape, algo que no fundo o obriga a ocupar duas ou três horas do tempo dele. Sendo reformado, pelo sítio onde mora e pelo carro que tem, não há-de receber grande coisa, pelo que também não há-de ser o suficiente para se distrair fora deste buraco onde vive, comer quilómetros de estrada ao volante e ver coisas novas, meter-se num avião ou num cruzeiro...
Por isso limita-se a cuidar do seu carrito e a acenar aos que passam um bom dia sorridente.
Eu não aceito um fim desta natureza. Desconheço o que o futuro me reserva, mas não posso ficar em casa a comer batatas cozidas e a ver TV o resto dos meus dias. Enquanto o via agora a dar lustro aos pneus (de notar que de ontem para hoje o carro nem saiu do sítio), um certa tristeza misturada com medo de me ver numa situação destas acercou-se do meu peito.
Será que isto depende de nós?
everyday hurts a little more
Ontem lá o cumprimentei à saída e lá estava ele a dar lustro aos plásticos e borrachas depois de aspirar o interior; hoje acordei com o barulho do aspirador e agora pôs-se a limpar as borrachas outra vez.
O meu vizinho já é um senhor de alguma idade. Pouco, nada na verdade, sei dele. É uma pessoa que me cumprimenta sempre com um sorriso na cara e me pergunta pela saúde dos meus, o que por si só me faz pensar que é boa pessoa (o que pode não ser verdade... vai daí até é um serial killer e coisas do género).
Porque não o conheço, enquanto fumava um cigarrito à janela pus-me a pensar num hipotética vida que se encaixasse no perfil: reformado.
Isto explica muita coisa, a começar pelo tempo livre, desocupado e provavelmente sem objectivos. O carro dele é um escape, algo que no fundo o obriga a ocupar duas ou três horas do tempo dele. Sendo reformado, pelo sítio onde mora e pelo carro que tem, não há-de receber grande coisa, pelo que também não há-de ser o suficiente para se distrair fora deste buraco onde vive, comer quilómetros de estrada ao volante e ver coisas novas, meter-se num avião ou num cruzeiro...
Por isso limita-se a cuidar do seu carrito e a acenar aos que passam um bom dia sorridente.
Eu não aceito um fim desta natureza. Desconheço o que o futuro me reserva, mas não posso ficar em casa a comer batatas cozidas e a ver TV o resto dos meus dias. Enquanto o via agora a dar lustro aos pneus (de notar que de ontem para hoje o carro nem saiu do sítio), um certa tristeza misturada com medo de me ver numa situação destas acercou-se do meu peito.
Será que isto depende de nós?
everyday hurts a little more
yes everyday hurts a little more
and i'll be anything, yes i'll be anything
to belong to be strong
to say there's nothing wrong
everyday hurts
domingo, 1 de agosto de 2010
Jambi
I discovered Tool recently, only a few months ago, but the complexity of the music and the richness of the lyrics made me already an unconditional fan. Every time I listen carefully to their songs, I discover new passages or new riffles, uncommon these days. Those ain't, in fact, songs for the masses but for a refined group of listeners.
This one particular is a song which nearly sings my life... partially, since he got the one he loves and I'm still feasting like a sultan.
here from the king's mountain view
here from the wild dream come true
feast like a sultan i do
on treasures and flesh never few
but i... i would
wish it... all away
if I... thought i'd
lose you just one day
the devil and his had me down
in love with the dark side i'd found
dabblin' all the way down
up to my neck soon to drown
but you changed that all for me
lifted me up turned me round
so i
i would, i would, i would
wish this all away
live like a martyr dusk to dawn
beg like a hooker all night long
tempted the devil with my song
and got what I wanted all along
but i, i would, if i could, i would
wish it away, wish it away
wish it all away
wanna wish it all away
no price you could hold sway
or just to find my, kneeling away my, center
so if i could i would wish it all away
if i thought tomorrow would take you away
you my piece of my mind, my own, my center
just trying to hold on... one more day
damn my eyes
damn my eyes
damn my eyes if they should
compromise our fulcrum
or what you need
if i believed it
i might as well be gone
shine on forever
shine on benevolent son
shine on upon the broken
shine on until the two become one
shine on forever
shine on benevolent son
shine on upon the severed
shine on until the two become one
divided and we will wither away
divided and we will wither away
shine on upon the many
light a way benevolent son
This one particular is a song which nearly sings my life... partially, since he got the one he loves and I'm still feasting like a sultan.
here from the king's mountain view
here from the wild dream come true
feast like a sultan i do
on treasures and flesh never few
but i... i would
wish it... all away
if I... thought i'd
lose you just one day
the devil and his had me down
in love with the dark side i'd found
dabblin' all the way down
up to my neck soon to drown
but you changed that all for me
lifted me up turned me round
so i
i would, i would, i would
wish this all away
live like a martyr dusk to dawn
beg like a hooker all night long
tempted the devil with my song
and got what I wanted all along
but i, i would, if i could, i would
wish it away, wish it away
wish it all away
wanna wish it all away
no price you could hold sway
or just to find my, kneeling away my, center
so if i could i would wish it all away
if i thought tomorrow would take you away
you my piece of my mind, my own, my center
just trying to hold on... one more day
damn my eyes
damn my eyes
damn my eyes if they should
compromise our fulcrum
or what you need
if i believed it
i might as well be gone
shine on forever
shine on benevolent son
shine on upon the broken
shine on until the two become one
shine on forever
shine on benevolent son
shine on upon the severed
shine on until the two become one
divided and we will wither away
divided and we will wither away
shine on upon the many
light a way benevolent son
domingo, 25 de julho de 2010
Jumpdafuckup
Something I've sang many times before but never really heard it... until yesterday.
i'm a self-destructive piece of shit
i'm a self-destructive piece of shit
smear me in
i don't owe you a goddamn thing
this life never had the swing
i don't wanna be immortal or legend or anything
cause the longer i'm alive the better of you'll be
get ready for epitome... come on and pity me...
will you kill me if i say please?
i'm the same old reason not to try
what the hell?
beat to death with a shovel and a new smell
come and get me; mom would never let me do it
i'm ruined, i don't want anything from you
cause i've got nothing left to prove
my time, everything feels fine, goodbye
killing from the inside!
... damn!
... damn!
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Lisboa Não É A Cidade Perfeita
I guess we don't see each other for quite a long she wrote.
Astonishing the impact this small and unexpected message had on me.
I fully agree, I said.
But today was not a good day for us to meet, got to hold my anxiety a little bit longer.
ainda agora vi a louca
sozinha a cantar
do alto daquela janela...
há noites em que a saudade
me deixa a pensar
um dia juntar-me a ela,
um dia cantar como ela...
Have I told you how important you're to me?!
Astonishing the impact this small and unexpected message had on me.
I fully agree, I said.
But today was not a good day for us to meet, got to hold my anxiety a little bit longer.
ainda agora vi a louca
sozinha a cantar
do alto daquela janela...
há noites em que a saudade
me deixa a pensar
um dia juntar-me a ela,
um dia cantar como ela...
Have I told you how important you're to me?!
terça-feira, 20 de julho de 2010
It seems that, unless I'm depressed, stressed, mad or any other evil feeling, I'm unable to write.
Now I'm somewhat numb, forcing myself not to have dreadful thoughts. Otherwise... I would surely have a lot to write about.
no judge me no
no fuck around
no trust no one
no criticize
no fake smiles
no bow to none
no follow none
no redneck shit
Now I'm somewhat numb, forcing myself not to have dreadful thoughts. Otherwise... I would surely have a lot to write about.
no judge me no
no fuck around
no trust no one
no criticize
no fake smiles
no bow to none
no follow none
no redneck shit
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Opiate
Today I'm a mix of bored and mad. Nothing pleases me and I'm wrong and unfairly shouting at people.
Must be sleep...
choices always were a problem for you
what you need is someone strong to guide you
deaf and blind and dumb and born to follow
what you need is someone strong to guide you
Must be sleep...
choices always were a problem for you
what you need is someone strong to guide you
deaf and blind and dumb and born to follow
what you need is someone strong to guide you
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Hedonism
Been out a week and it feels good to be back.
Flown three and a half hours each way... and it felt bad. It's boring to sit inside a noisy tube for hours, looking through a tiny window once in a while trying to find out familiar places.
I saw Paris from 1277 m above the sea level. I saw the Notre Dame and the Champs-Élysée. Saw a couple of vessels between the clouds in the Gulf of Biscay. I saw snowy mountains breaking through the clouds
I thought how boring it will be within a month when I have to fly for twelve, fourteen or even more hours to get to my destination. I thought how hard it will be to leave everything and everyone behind for months in a row. I thought I've left beloved ones before and remembered of tough it can be...
I like you. I miss you every day, every hour you're not with me. I'll miss you even more... but I'll be back. Will you be there for me when I return?
i hope you're feeling happy now
i see you feel no pain at all it seems
i wonder what you're doin' now
i wonder if you think of me at all
do you still play the same moves now
or are those special moves for someone else
i hope you're feeling happy now
Flown three and a half hours each way... and it felt bad. It's boring to sit inside a noisy tube for hours, looking through a tiny window once in a while trying to find out familiar places.
I saw Paris from 1277 m above the sea level. I saw the Notre Dame and the Champs-Élysée. Saw a couple of vessels between the clouds in the Gulf of Biscay. I saw snowy mountains breaking through the clouds
I thought how boring it will be within a month when I have to fly for twelve, fourteen or even more hours to get to my destination. I thought how hard it will be to leave everything and everyone behind for months in a row. I thought I've left beloved ones before and remembered of tough it can be...
I like you. I miss you every day, every hour you're not with me. I'll miss you even more... but I'll be back. Will you be there for me when I return?
i hope you're feeling happy now
i see you feel no pain at all it seems
i wonder what you're doin' now
i wonder if you think of me at all
do you still play the same moves now
or are those special moves for someone else
i hope you're feeling happy now
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