domingo, 29 de novembro de 2009

Não Há Estrelas No Céu

Não há estrelas no céu a dourar o meu caminho
Por mais amigos que tenha sinto-me sempre sozinho
De que vale ter a chave de casa para entrar
Ter uma nota no bolso p'ra cigarros e bilhar


Já o dizia o Rui Veloso: parece Janeiro e está um frio de rachar. Um frio daqueles que conserva qualquer um que não tenha compromissos em casa, no quentinho, frente a um qualquer televisor ou computador.


Um enclausuramento daqueles que ao fim de um ou dois pares de horas nos deixa entediados, chateados e cansados de nada fazer e de nada ter para fazer senão ansiar pela hora de deitar ou então pensar na famosa morte da pobre bezerra.


E essa bezerra é manhosa... tal como as conversas que se parecem com cerejas, os pensamentos também saltam de bezerra em bezerra com uma facilidade inigualável e por vezes lamentável. De um modo ou de outro, tempo livre a mais é sinónimo de pensamentos (... memórias?!) que nos deixam tristes e cabisbaixos ou então, no meu caso, apático, bruto e arrogante. 


Não discuti com ninguém hoje... mas estou angustiado. O sentimento de solidão continua a invadir-me constantemente, que nem uma toupeira que está continuamente a escavar-me o peito sem sequer sair do sítio, como uma caganeira ou uma dor de dentes infindáveis.

Gostava que o antídoto para este mal se vendesse na farmácia. Ou talvez eu devesse aprender a ser um canalha... e gostar mais de mim e não de outra pessoa.

Felizmente ainda posso cantar à vontade e meus males tentar espantar (... e os vizinhos incomodar).

Ando aí às escondidas a espreitar às janelas
Perdido nas avenidas e achado nas vielas
Veio o meu primeiro amor foi um trapézio sem rede
Sai da frente por favor estou entre a espada e a parede

sábado, 28 de novembro de 2009

Minute Of Decay

There's not much left to love
Too tired today to hate
I feel the empty
I feel the minute of decay


Fazer a cama.

Aquilo que menos gosto de fazer: ter que trocar lençóis. Dá muito trabalho... além disso (chamem-me porcalhão), gosto da sensação dos lençóis já usados - por mim, claro!!

Ritual matinal: abrir a pestana, virar para o outro lado para ver se consigo dormir mais um bocado; se não, atirar os lençóis a direito para os pés da cama e assim a deixar até à hora de deitar.

O castigo é ter alguém que me buzina os ouvidos com "Não fizeste a cama! És sempre a mesma coisa!"...

Mas infelizmente, lá vem o dia em que o tecido acusa o uso e demanda por um bom banho de máquina. Aí, lá tenho que de trocar os lençóis. Pior... humm... só mesmo limpar o pó.

Ahhh...! o meu lado porcalhão. :)

There is no cure for what is killing me
I'm on my way down
I've looked ahead and saw a world that's dead
I guess that I am too

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

La Vie En Rose

Hold me close and hold me fast
The magic spell you cast
This is la vie en rose

- Mas tu já o viste alguma vez a namorar ou a atirar-se a alguém? Só pode sê-lo, não há outra explicação!
- Oh! não digas isso. Eu acho que ele é é muito exigente e verdadeiro, não é daqueles que anda para aí feito pescador, a ver quem é que lhe morde o isco. Isso não quer dizer nada... 

... pois é, ontem a conversa desenvolveu-se mais ou menos nestes modos entre uma gata de botas e uma mamalhuda. E nós a olhar para elas com os olhos vidrados, estupefactos pelo facto de aparentemente se terem esquecido que estávamos ali e que conhecíamos a personagem.

Mas depois, já a caminho de casa com um cigarro aceso nos lábios, esta conversa voltou-me à cabeça... e comecei a pensar naquilo que nos rege os passos, nos valores que eventualmente ditam a conduta do referido indivíduo, e quase imediatamente também comecei a pensar naqueles que regem os meus. Pensei que talvez tenham sido tantas as vezes que lamentei não ser um canalha como aquelas em que ser um cavalheiro valeu a pena, mas depressa concluí que de nada serviria ser bem-sucedido se depois iria ficar em guerra comigo mesmo e não agiria de consciência tranquila, ainda que a desilusão, o fracasso, as lágrimas, as noites sem dormir, os apertos no peito e as saudades sejam tais por vezes que me tirem a vontade de ser e estar. De facto, em situação alguma uma pessoa deve fazer, ser ou simplesmente tentar ser aquilo que não é.

E nesse instante, reconfortado por estar bem comigo, sorri para mim mesmo.

Give your heart and soul to me
And life will always be
La vie en rose

sábado, 14 de novembro de 2009

Ride The Lightning

guilty as charged
but damn it, it ain't right
there's someone else controlling me
death in the air
strapped in the electric chair
this can't be happening to me
who made you god to say
"I'll take your life from you!!"


Os versos não estão relacionados com o meu estado de espírito. São apenas um pequeno tributo a esta música com já um quarto de século e que, ainda assim, será sempre intemporal e genial. Não há vez que não a oiça que não fique com pele de galinha.

Aos poucos vai-se melhorando, mas as experiências dos últimos dias deram-me uma perspectiva completamente diferente sobre a condição humana. Sempre forte, saudável, orgulhoso de ser fumador, subitamente vejo-me acamado e cheio de dores, a tomar quatro substâncias medicamentosas ao mesmo tempo. Como é possível que, de um momento para o outro, se possa passar de um extremo ao outro?

Isto é temporário. Quer dizer, dura há já três semanas, mas é algo que mais cedo ao mais tarde irá passar. Se ainda assim, nestas três semanas já por alguns momentos me sinto desesperado por não haver posição de estar ou medicamento que me retire completamente as dores, como será tê-las simplesmente porque sim?

Sinceramente, prefiro não saber.

Felizmente que aquilo que não nos mata torna-nos mais fortes.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Tomorrow's Ellipsis

E esses são momentos dos quais eu não abro mão... E sim também gosto de ti :)

Dois dias depois de um segredo ter sido revelado, é deveras estranho o vazio que ficou no lugar da constante troca de mensagens.

Sinto falta de acordar e mandar-te uma mensagem, sinto falta de ter a tua companhia mesmo que virtual... O pouco que falamos pelo messenger é também ele muito estranho. Parecemos desconhecidos e o desconforto é notório.

É uma questão de tempo ou é definitivo? Terá sido a última vez que falei contigo?

Há tempos recebi uma mensagem onde se dizia que as relações à distância não resultavam e que facilmente se perde o rasto da outra pessoa. Será mesmo verdade? 


Será que já não há amanhã? 

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Du Riechst So Gut

Der Wahnsinn
ist nur eine schmale Brücke
die Ufer sind Vernunft und Trieb


"A insanidade é uma pequena ponte entre a razão e o desejo"... ou algo semelhante.

Triste, porém satisfeito que esta viagem de montanha russa tenha chegado ao fim.

Continuo a gostar de quem és, mas eu não me quero continuar a envolver desta maneira. Baralhaste-me, abanaste-me todo, desorientaste-me... mas para mim chega de ter sempre um túnel escavado no peito e o coração na boca.

Enquanto quiseres... teu amigo.

domingo, 8 de novembro de 2009

Berliner Mauer

No último dia do ano vinte após a queda do muro que dividiu a Alemanha, os panzers alemães estão hoje de regresso a Lisboa naquela que é a primeira actuação da turné de divulgação do seu último álbum.

Pela primeira vez vou ouvir a Seeman ao vivo, de acordo com a set list prevista... brutal!! =']

Quem vem comigo arruinar as cordas vocais?!

Für meine geliebte freundin:

Komm in mein Boot
der beste Seemann
war doch ich

Jetzt stehst du da an der Laterne
hast Tränen im Gesicht
das Feuer nimmst du von der Kerze
die Zeit steht still und es wird Herbst

Sie sprachen nur von deiner Mutter
so gnadenlos ist nur die Nacht
am Ende bleib ich doch alleine
die Zeit steht still
und mir ist kalt

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Angel Song

I lost count to the times I've heard that song in the last few days...


I have spent most of my last couple of days laying in my bed in front of a pc, having no will, no ambition. Nothing stimulates my being, nothing but to meet you, to hear you, to be with you, to breathe you! You still fulfil my mind, both awake and asleep. I'm trying to move forward, trying to meet other people... but this feeling seems to be much stronger than my will.


This altered state is only temporary, I know for sure. Unfortunately it's not the first time I find myself in this situation and sooner or later I'll get it over. 


I wont forget whatever happened... or what could have happened, and this will sure be remembered as something good that could have been even better.


... and I still miss you, a lot!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Hellhole Ratrace

Há dois dias atrás saí de casa sob uma chuva cinzenta e fria (qual reflexo do meu ser). Soube-me bem por momentos parar à chuva e sentir as gotas na cara, mas lá me encaminhei ao meu destino na esperança de trazer alguma luz ao peito... mas falhei.

I'm sick and tired of the way that I feel
I'm sick of dreaming and its never for real
I'm all alone with my deep thoughts
I'm all alone with my heartache and my good intentions

Não há vizinhas com bolas de cristal que possam dizer o que o amanhã nos reserva. A curiosidade... o anseio... o medo... convencem-nos do quão fantástico poderia ser saber o que nos acontecerá. ... mas será? Será que o hoje teria significado algum sabendo-se já de véspera?

Nada foi planeado mas o meu hoje foi mágico. Bola de cristal alguma tê-lo-ia feito ainda melhor.

O amanhã é o acordar de um sonho bom, de um sonho do qual sei que será amargo se não acordar depressa mas do qual não quero acordar, qual drogado que não consegue deixar o vício. Talvez porque te ache muito valiosa, talvez por teres elevado a fasquia para um nível que eu julgava ser-me inatingível, qual gaiato inocente... talvez porque não hajam coincidências. E o amanhã afinal já é hoje... e o hoje de hoje é uma realidade diferente da de ontem.

Ainda me sinto incompleto, ainda sinto a vontade de te abraçar e de sentir a tua respiração no pescoço... os teus cabelos a partilhar as nossas faces e o teu coração no meu peito... de ser o Eólo que te estraga o penteado.


No fundo, é um sonho bom... mas é hora de acordar.

I work to eat and drink and sleep just to live
feels like I'm never getting back what I give
I've got a sad song in my sweet heart
and all I really ever need is some love and attention


Adoro-te.

domingo, 1 de novembro de 2009

Next Time Around

É hoje o grande dia, o concerto da Torrini. Lá vou com o Johny e que melhor companhia poderia haver?

Ainda me doi o corpo, mas hoje tenho a cabeça focada em algo diferente, que se lixem as dores. Hoje vou cantar e meus males espantar. Amanhã logo se vê.

... ainda assim, aqui deixo um beijo.

I wish I was somewhere but not in this town
Maybe the ocean next time around

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

caddish

... tanta coisa para dizer, para berrar, para mostrar, e sem as palavras certas, a voz ou o poder de o fazer. 


Hoje estou triste e fraco, mais que o habitual. Hoje chorei. 

- why that sad face?
- 'cause I'm sad today. 

- and why are you sad, boy?
- 'cause I'm in love with the wrong girl.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

... feeling powerless!

I feel alright, but never complete, without you. 

Que turbilhão de sentimentos que assaltam o meu peito. Terão eles razão e as coisas acontecem quando e por quem menos se espera?

Não é justo!!

Será suposto ser tão difícil ficar com a pessoa com quem sonho e em quem penso a qualquer hora e que em mim pensa e quer junto dela? As coisas não deviam ser assim. Não deviam ser de mão beijada, mas não devia ser assim.

Sentes a minha presença do teu lado? Eu sinto a tua...

Tenho saudades tuas.

Sentiste? Foi o beijo que te dei...


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Hey, it's 'cause of you!

My heart is beating like a jungle drum 
My heart is beating like a jungle drum 
My heart is beating like a jungle drum 

É assim o refrão de uma dada música. E que melhor definição para como me sinto hoje? 

Hey, read my lips 
'Cause all they say is kiss, kiss, kiss, kiss, kiss! 

... e é mesmo aquilo que eu quero de ti neste momento. 

Vem! Foge comigo, vamos para sítio incerto, para um sítio só nosso!

domingo, 24 de maio de 2009

Are You Gonna Go My Way

Não sei porque é que, se há duas luas atrás não me recordava disto, estou a escrever outra vez. 

Bom, há que agradecer ao World Commuter por, nessas mesmas luas, me ter aumentado numa dúzia o número de visitas. Quer dizer, num ano e meio foram 60; em dois dias 12... Terá isto futuro? 

Hoje servi de motorista. Uns não-sei-quantos quilómetros até Portimão conduzidos pelo dono do carro, os mesmos não-sei-quantos conduzidos por mim para cá, acrescidos de um erro de cálculo na hora de sair da auto-estrada... Lá fomos nós, cheios de sono pouco depois da hora de almoço, para ver o festival aéreo. Resumindo, foi giro, mas não me apanham outra vez. Preferia ter ido para Aveiro... Entretanto socializámos (o que incluiu um curso intensivo de algumas coisas de algum modo ligadas à aviação e, por outro, ligadas ao tunning, modificações automóveis a incidentes rodoviários portimonenses) e jantámos na companhia de dois gaiatos manos entre si. 

Foi um dia cansativo e, menos bom, olhando para trás não me rendeu muito. Não sei se o dono do veículo o achou melhor passado que eu (não que tenha estado contrariado), mas sinceramente espero que sim. 

Entretanto, porque ainda não o havia referido, o título deste tópico é devido a uma das músicas que tocou no caminho para lá, do Lenny Kravitz, portanto. Porquê? Não é porque goste especialmente dela, não é também porque tenhamos estado a ouvir só Lenny nem é porque marca um momento mais especial da viagem (tipo, atropelar um coelho ou um peido daqueles mais agressivos). Porquê? Simplesmente porque me lembrei. 

Meu público, fãs e críticos, peço desculpa por eventuais falsas esperanças, mas não me apetece escrever mais. Vou, como se diz em português arcaico, arrochar. ... será arcaico ou calão? Humm... Liguem ao Diogo Infante pff!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

blá blá blá blá, whiskas saquetas

Cumprir-se-á hoje o meu 12º dia de trabalho da semana. 

Bom, verdade que desde a última vez que escrevi para aqui este é já o meu terceiro emprego, mas até ordem em contrário por parte do chefe, nele me hei-de manter. Tal não sucedeu com os outros, mas adiante. Seja como for, semana de facturação significa que temos o chefe a gentilmente nos convidar para trabalhar nas folgas, o que resulta numa magnífica semana de 12 dias de jarda... mas desiluda-se quem pense que o chefe rema no mesmo barco. Afinal, e não se cansam de o dizer, nós somos a frente de batalha... Anyway, não mais vejo a hora de poder ter dois dias só para mim. 

Hum... cheguei a um ponto em que não sei o que escrever. Num ano e cinco meses, este "blogue" (acho que de ora em diante chamar-lhe-ei apenas "espaço") apenas foi visitado 61 vezes, certamente por engano, pelo que acho que ninguém se incomodará com aquilo que escrevo. 

Assim, ultimamente ando dividido (dilemas portanto) se hei-de fazer por estudar ou se hei-de aproveitar a vida. Afinal, é disso que se trata, certo? Que é que se leva para a cova? Dinheiro, títulos... o pergaminho? Acho que tenho razão em pensar que mais vale viver o hoje, divertir-me, ter a bochechas a doer de tanto rir que lamentar-me mais que aquilo que já me lamento em não ter aproveitado ainda mais cedo. Estranho é o sentir um vazio em mim quando, por exemplo, vou p'os copos nas vésperas de um teste. Estranho, não é? ...


Ai...! doem-me as costas, tenho que me virar... 


... dizia que ando pouco incomodado (as costas já estão mais agradadas). Pensando bem, acho que o motivo é o morar num quarto de faculdade onde não tenho TV, logo as tristezas da TV não me atingem. Verdade: ando mais leve, menos irritado... mais ignorante. Verdade também: mais feliz, menos stressado. Esta merda é ridícula. Nunca tive jeito para grandes escritas. Sou bom a escrever, sei disso, mas normalmente escrevo coisas com um objectivo definido, e disertar sobre os bigodes de camarão ou o cotão que se acomula sob a cama... o qual carinhosamente trato como se de o meu animal de estimação fosse (não é bem isso, mas pronto)... nunca foi o meu forte. Aliás! já nas disciplinas de línguas era sempre bom aluno, mas nas redacções era terrível, pois nunca consegui chegar ao limite imposto. Já nos resumos, imbatível. 

Ainda há um parágrafo atrás disse que esta merda era... é! ridícula! Foda-se! são 3:23 e que faço eu? 

Acabo com uma frase profética: "blá blá blá blá, whiskas saquetas"! 

Ah, e se não haviam topado ainda, não vale a pena visitar este blogue. Nem Deus sabe quando voltarei aqui...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Subtitles

Eis a primeira indignação que aqui se publica em 2008... 


... não é só dizer mal por dizer. No meio de algumas destas "indignações" estão, também, algumas dúvidas. Seja como for, causa-me algum incómodo ver qualquer coisa na TV legendado, não só porque sou bom entendedor da língua inglesa como porque o sou também da língua portuguesa. Passemos aos exemplos: Porque motivo se faz uso incessante das expressões "por que" e "por quê" quando existem as palavras "porque" e "porquê"? Fui procurar as definições destas palavras e eis o que achei:


«Porque» "Substantivo 1. liga duas orações, introduzindo a que explica ou responde a questão posta na anterior."
«Porquê» "Substantivo 1. razão, motivo."
«Por» "Preposição 1. Exprime, entre outras relações, as de: causa, modo, tempo, meio, lugar, qualidade, estado, preço, etc..."
«Que» "Substantivo 1. Qualquer coisa, alguma coisa, certa coisa; 2. O mesmo que quê; Adjectivo 1. Quanto, quão, quão grande, qual; Pronome 1. Pronome relativo - o qual, a qual, os quais, as quais, o que, aquilo que, em que, no qual, durante o qual; 2. Pronome interrogativo - quem?, qual coisa? quais coisas?, onde?; Conjunção 1. Introduz orações subordinadas integrantes, consecutivas, causais, temporais, concessivas, finais, disjuntivas; Advérbio 1. Quão, quanto"
«Quê» "Pronome 1. Usado no final de frases. Interjeição 1. Exprime espanto, surpresa. Substantivo 1. Décima sétima letra do alfabeto latino, representada pelos símbolos "Q", "q". 2. Alguma coisa, algo."


Bom, aparentemente não me parece que um "por" acrescido de um "quê" tenha o mesmo significado de um "porquê". Sou só eu que penso assim? Este, no entanto e apesar de me assombrar, não é a questão que mais me perturba. Ler coisas como "tive em casa" quando na realidade "esteve-se em casa" [para os mais distraídos, "tive" é forma verbal de ter enquanto "esteve" é forma verbal do verbo estar...] ou, fenómeno cada vez mais frequente, ler palavras hifenizadas à força. Quem não leu ainda coisas do estilo "se eu estive-se em casa" ou "tu disses-te"?


Quem não testemunhou também a terrível troca de identidades que a interjeição "ah", a formal verbal "há", a contracção "à" e o... nada [... porque simplesmente não existe em português] que é o "á" sofrem? Na Internet é "aceitável" ["esperável" é a palavra mais indicada] uma vez que, por ser um recurso mais ou menos acessível a todos, os mais incultos têm liberdade para espalhar o seu mal pelos demais cibernautas. Acho estes dos mais terríveis e abomináveis erros da língua portuguesa. Mostra o quão desprezável o indivíduo a acha, pois não tem a mínima noção da função do hífen nem a diferença entre formas verbais, interjeições, contracções e o nada... demonstrando a sua falta de cultura e de leitura, a sua tacanhez. Quando uma coisa dessas aparece na TV, o responsável devia ser preso por estar a difundir tamanhas aberrações. Devia ser crime punível!


... mooving on, para mais um, o último, exemplo deprimente. Documentários temáticos, como os que passam no Discovery Chanel, são bastante interessantes de ver e, quiçá, mereciam mais destaque nos canais que de generalistas nada têm [... tenho também as minhas dúvidas se não se chama generalista a um canal que apenas transmite telenovelas zucas, reality shows e notícias sensacionalistas]. No entanto, quando um indivíduo que entende inglês [a língua em que a maioria dos documentários é originalmente falado] se põe a ler as traduções legendadas... e a ouvir o que é dito na língua original, são inúmeras as vezes em que o que é "traduzido" não corresponde ao que é dito e outras tantas são as vezes em que algo mais ou menos complexo de traduzir não é, sequer, legendado. Acrescente-se traduções de coisas que mereciam ser mais técnicas e que de técnicas nada têm, com palavras em inglês cujo significado em português não é aquele porque são traduzidas.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Teoria

... será que o aumento do nível médio dos oceanos do mundo é devido não ao aquecimento global mas sim ao cada vez maior número de navios?

Em 2004, a Lloyd's Register tinha 113,7 milhões de toneladas de arqueação bruta registados, o que equivale a 321,8 milhões de metros cúbicos de "navio".

Considerando que um navio não está completamente submerso e que a arqueação bruta compreende não só o espaço de carga mas todos os demais espaços a bordo de um navio, considerarei apenas metade deste valor como estando submerso. Assim, e tendo em conta que os Oceanos e mares do planeta totalizam, aproximadamente, 510 milhões de quilómetros quadrados, estes navios implicariam um aumento de 0,3 micrómetros no nível médio da água do mar. Dá que pensar, não? ^^

Do you smoke?

Sou fumador. 

Fumo porque gosto, pelo prazer que me dá inspirar o fumo e sentir a nicotina apoderar-se de mim. Sei muito bem os males do tabaco, tal como todos os fumadores. Sei, também, que é incómodo entrar-se em muitos sítios e ser-se obrigado a fumar o fumo usado dos outros, eu mesmo me sinto às vezes incomodado. 

A preocupação do Estado Português pela saúde do tuga é, à partida, de louvar. Pensar que eu comecei a comprar tabaco quando um Português (na altura "Suave") 'vermelho' custava pouco mais de 350 escudos (para os mais distraídos, 1 EUR = 200,482 ESC) e agora, pouco mais de 6 anos depois, custa 3 euros, sendo que não vai parar por aqui... 

Porquê? 

Porque o Estado diz preocupar-se com a saúde tuga. Isto seria verdade se os 80% do custo de cada maço de tabaco que é inflacionado pelo Estado fosse usado para tratar quem sofre de doenças causadas pelo fumo, para descobrir eficientes meios de largar o vício e para ajudar quem se compromete a largá-lo. A única preocupação do Estado é, na verdade, arranjar mais receitas, de tal modo que, em inícios de 2006 ou 2007 (já não me recordo com exactidão), o Ministro das Finanças afirmou que, devido à significativa queda nas vendas de tabaco, ter-se-iam que encontrar novas formas para continuar a que a mesma quantidade de dinheiro entre nos cofres do Estado. 

Isto é preocupação? 

O mais giro é a nova lei que entrará daqui a pouco mais de 24 h em vigor que proíbe o fumo em muitos locais públicos, tais como restaurantes, discotecas, estabelecimentos de ensino e centros comerciais, com muitas condicionantes e excepções pelo meio que exigem áreas mínimas e máximas entre muitas outras.

É uma obsessão cega a quem gosta de fumar. 

Eu não sou anormal. 

Há quem goste de carros rápidos, quem goste de cerveja, quem goste do Tony Carreira ou de Metallica... eu gosto de fumar... e de Metallica... e de cerveja. É assim que se pretende diminuir o tabagismo? Quanto a mim é porreiro: em vez de uma pausa de 5 minutos para puxar um LM 'vermelho' (mudei de marca, entretanto...) a meio da aula, demorarei mais tempo a descer ao pátio e a subir de volta à sala, levando os mesmo 5 minutos para o fumar. Quem perde, sei-o muito bem, sou eu, mas ainda sou livre para fumar na rua e, enquanto o puder fazer, fá-lo-ei.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Alívio

É incrível como ao recebermos a resposta passamos de um estado de pânico para outro de completo êxtase num pequeno instante. Aquela ansiedade enquanto vemos o responsável carimbar, assinar, agrafar montes de folhas... até que chama o nosso nome e, ansiosamente, procuramos a frase mágica: ler "Aprovado com 2 respostas erradas" foi a melhor composição que li em muitos dias. Estou feliz [e hoje pouco incomodado...].

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Transporte Público de Gado

Estou plenamente ciente da importância dos Transporte Públicos, seja para o meio ambiente, para quem não tem posses que permitam sustentar um veículo particular ou, sobretudo, para o impacto visual que os milhares de veículos particulares causam em todas as cidades mundiais. ... por via da necessidade, uso diariamente os Transportes Públicos e se é um prazer ser conduzido até ao destino, é um tormento o tempo de espera em transbordos e é sobretudo um tormento a companhia.

De manhã apanha-se um qualquer comboio ou autocarro apinhado: vai-se em pé. À tarde, no regresso a casa, o prato é o mesmo: em pé. As fragrâncias emanadas pelos demais passageiros também ajuda à festa, pois logo de manhã, incompreensivelmente, há quem feda (à tarde é compreensível, pois depois de um dia de trabalho, é normal que se tenha suado um bocado...)!

... mas a isto estou eu habituado.

O pior é o comportamento das pessoas de menor instrução, vulgo chungas, kitas, dreads, niggas, gypsies e toda essa escumalha que infelizmente prolifera pelas ruas dos arredores de Lisboa. Esses animais, que carinhosamente chamo de gado, não se entendem mutuamente senão comunicarem aos berros, quer seja em dialecto ou em algo parecido com português (nota: nos dias de hoje, nem os Portugueses falam e, muito menos, escrevem a sua língua-mãe, quanto mais a escumalha) incomodando quer quer que se instale no interior dos veículos. Asneiras, grunhidos, risos descontrolados, pontapés... tudo isso é prática comum. E ninguém diz nada. Alguns têm orgasmos ou recebem, de algum modo, manifestações de respeito ou admiração por vandalizarem os "bancos de trás", seja queimando-os, rasgando-os, "pastilhando-os", cortando-os, pintando-os e outras coisas mais, como, supra da estupidez, riscar os vidros com calhaus.

A última moda são os telemóveis com capacidade para músicas mp3 completas: esta gente já não é pausada por usar um leitor de mp3, um discman ou um walkman mas sim por pôr o seu telelé estridente a cantar para toda a gente (a vontade de um a impor-se à vontade de todos), isto quando os bichos não põem mais que um a tocar simultâneamente.

Mais uma vez, ninguém diz nada.

Já agora, a de hoje foi ter que aturar a cria mais jovem de uma babuína a gritar a plenos pulmões num autocarro por 40 minutos. Perguntam-se o que fazia a matriarca? Perguntava ao macaquinho o que queria. Ele chorava mais... e ela continuava a perguntar. Chegou uma certa altura em que começou a imitar o bicho a chorar... Imaginam o quadro? Cria e matriarca a chorarem simultaneamente num autocarro? Ninguém disse nada. Saí de lá com a cabeça feita em água (e também não disse nada).

... república das bananas? Planeta dos macacos? Mais uns meses e soluciono, pelo menos para mim, esta problemática, transportando-me particularmente: a música é a que eu quero, assim como a companhia e os cheiros; tenho lugar reservado, grande espaço para transportar o que quiser e, melhor, fim dos transbordos e esperas... e as filas de trânsito serão as mesmas.

Querem melhor?

... peçam para se baixar o preço dos combustíveis ou então peçam uma bomba espanhola (... talvez mais!) bem no centro de Lisboa.